Minorias sociais: porque são ignoradas? Porque as marcas ainda ignoram esses criadores de conteúdo? O público precisa se sentir representado, antes de pensar em se conectar com uma marca.

A pesquisa “Um retrato de creators pretos no Brasil”, fruto da parceria entre Mundo Negro, Sharp, Squid e YouPix mostra que criadores de conteúdo negros recebem em média R$ 2,5 mil a menos do que os brancos.

Outro dado incômodo é que, num país de maioria negra, apenas 17% dos creators que participaram da pesquisa são negros, contra 67% de criadores brancos.

E quando falamos sobre criadores LGBTQIAP+, em especial as pessoas trans, a pesquisa “Dados sobre creators trans no Brasil”, da Mosaico, aponta que apenas 7,4% deles consegue viver exclusivamente da renda de criador de conteúdo.

Da mesma forma, mais da metade deles nunca conseguiu fechar contrato de trabalho com alguma marca.

Reflitam um pouco

Isso me fez pensar naquilo que sempre pregamos e acreditamos na Dagaz Influencer, sobre o alinhamento entre o propósito da marca e o posicionamento do criador de conteúdo.

É possível que existam pouquíssimos criadores de conteúdo de minorias sociais, cujos valores se alinham aos das marcas?

Ou são as marcas que entendem que os criadores desses grupos sociais só se fazem necessários quando a pauta é o ativismo?

Pior ainda: será que os algoritmos das plataformas priorizam rostos brancos e cenários luxuosos?

Acredito que seja mais correto afirmar que os algoritmos trabalham de acordo com a preferência dos usuários. O problema é que, em razão da homofobia e racismo estrutural, excluem, consciente ou inconscientemente, quem foge do “aceitável”.

Não é à toa que grandes plataformas como YouTube e Spotify vêm desenvolvendo projetos sociais para criadores de conteúdo, podcasters e ONGs, com capacitação, doação de equipamentos e investimentos financeiros.

Nesse artigo, a Dagaz Influencer exemplifica bem como o senso de comunidade que cresce no interior dos perfis dos criadores de conteúdo impacta positivamente a comunicação das marcas com o público.

Falta ainda um esforço maior das agências em impulsionar seus creators de minorias, bem como um esforço das marcas.

As marcas precisam entender que os seus prospectos estão mudando seus padrões de consumo e se conectando cada vez mais com causas sociais. Ou esse panorama irá evoluir a passos lentos.