Creator Economy: para onde estamos caminhando? Precisamos conversar um pouco mais sobre o futuro dos criadores de conteúdo e a profissionalização do mercado.

Li Jin, co-founder da Variant Fund e investidora da creator economy aponta mudanças nas relações de trabalho dos criadores de conteúdo.

Se você ainda não está por dentro do que é a Creator Economy, então você tá fazendo algo de muito errado e precisa urgentemente profissionalizar o seu canal ou perfil nas plataformas onde você posta seus conteúdos.

A Creator Economy não é um fenômeno novo. Muito pelo contrário. Ela existe e vem ganhando força desde que conteúdo deixou de ser exclusividade dos grandes grupos de mídia.

Em um artigo produzido pela Daga, reunimos algumas recomendações simples que podem te ajudar a se proteger e proteger o seu meio de trabalho, ou seja, as suas redes sociais e a sua imagem.

Mas, hoje eu quero bater um papo sobre a monetização do seu conteúdo. Além disso, não deixe de ler esse outro texto da Dagaz sobre o futuro da Creator Economy. Vai te ajudar bastante a entender como esse universo vai funcionar daqui pra frente.

Eras da Creator Economy

A Creator Economy já está vivendo a sua 4ª era, mas aqui no Brasil ainda estamos experimentando uma mistura entre a 2ª e 3ª eras.

A segunda era da economia criadora é representada por criadores de conteúdo de marcas focados apenas na Publicidade e Propaganda, em fechar parcerias, se tornarem embaixadores e parceiros de longa data.

Já a 3ª fase é a era do empreendedorismo, onde os criadores de conteúdo passam a ser donos do próprio capital, lançando suas próprias marcas e até mesmo monetizando seu conteúdo diretamente na base, sem intermédio das marcas.

Como eu disse, os criadores de conteúdo brasileiros estão se equilibrando entre esses dois momentos: ainda são muito dependentes das marcas, mas já se veem como empreendedores.

Os criadores de conteúdo estão se enxergando mais como donos dos seus negócios, e buscando cada vez mais profissionalizar a criação de conteúdo, desde o investimento em estruturas até a contratação de pessoal e a pejotização de seus perfis.

Era atual da Creator Economy

Agora, o mercado de influência aponta para a 4ª fase: o criador de conteúdo se tornando proprietário das suas próprias plataformas e encontrando alternativas seguras de monetizar o seu negócio.

Com o auxílio de plataformas de crowdfund como a DIVI-hub, o criador de conteúdo e os seus seguidores se tornam sócios nos negócios do criador de conteúdo.

Assim, o criador divide os resultados do seu sucesso com os seguidores e os seguidores-investidores se tornam amplificadores ainda maiores dos seus criadores de conteúdo cativos.

Li Jin, investidora e co-fundadora da Variant Fund, publicou uma thread poderosíssima no Twitter, onde ela aponta que, “se a política dos últimos 150 anos foi definida por ‘capital x trabalho’, agora estamos entrando na era de ‘plataforma x participante’.”

Você chama seu fã para participar do seu negócio, e ele se torna sócio do seu canal. Quanto maior e mais engajada a audiência, mais dinheiro entra.

Essa new age tem a capacidade de gerar recursos e engajar a base de maneira nunca vista. Como resultado, a criação uma comunidade poderosa, que faz a roda girar e se auto remunerar.

Como as mudanças nas plataformas estão contribuindo para a creator economy?

Vou dar um exemplo que ainda tem gerado muito barulho: o sticker substituto do “arrasta pra cima”.

Quando o Instagram libera essa função para todo mundo, ele insere as pessoas nesse processo de geração de renda.

Ele traz mais marcas para investir em nano e micro criadores de conteúdo, pois agora é possível gerar link.

Os microempreendedores também encontram ali uma janela amplificadora de seus negócios, através da parceria com criadores de conteúdo locais, além de eles próprios se tornarem criadores de conteúdo.

Outra novidade interessante do Instagram é mostrar o status da conta e apontar os motivos pelos quais seu alcance está reduzido.

Isso, sem mencionar o YouTube, que vem removendo conteúdos que contenham fake news, inclusive de políticos.

Quando as plataformas agem dessa maneira, deixam claro que as redes sociais não são democráticas. São seus CEOs quem mandam e decidem quais conteúdos permanecem e quais serão deletados ou minados.

Mas, como os criadores de conteúdo podem tomar posse de suas propriedades intelectuais?

Os criadores de conteúdo em todo o mundo têm se organizado, criando clubes, coletivos, sindicatos e casas de criadores. Além de se posicionarem por mudanças no algoritmo, nos anúncios e na monetização oferecidos pelas plataformas.

Li Jin, investidora da creator economy, faz um paralelo entre essas organizações com os operários dos séculos passado, que se organizavam para reivindicar melhores condições de trabalho para cargos que não haviam existido anteriormente.

Fica entendido que os criadores de conteúdo não mais acreditam que as plataformas estejam tomando decisões pensadas no bem comum. E que não são democráticas, como salienta o CEO da Dagaz Influencer, Raphael Dagaz!

Prova disso é a polêmica Facebook Paper. Mais uma pedra no sapato da recém renomeada Meta, que contribui ainda mais para a insatisfação e perda da legitimidade da plataforma.

Não parando por aqui

Como parte da solução da perda de confiança dos criadores com as plataformas, Jin aprova a instalação de conselhos participativos, compostos por usuários e criadores.

À exemplo desse modelo de organização está o Conselho Consultivo de Anfitriões do Airbnb. Eles se reúnem com a direção da empresa para a tomada de decisões.

Leigh Cuen fala em seu texto sobre a creator economy que os criadores de conteúdo que desejam se tornar empreendedores e investidores precisam pensar a longo prazo para identificar quais setores e mercados estarão em alta durante os próximos anos.

“As marcas ainda desempenham um papel muito importante na Creator Economy, em termos de monetização”, disse Jin à Glossy.

Jogadores do Roblox criaram peças em seus multiversos, inspirados na marca Gucci. Os itens fizeram tanto sucesso que uma bolsa virtual foi vendida por quase mil dólares a mais do que vale a bolsa da marca.

A Gucci, por sua vez, lançou em 2020 duas peças baseadas nas criações dos jogadores do Roblox, que reúne mais de 8 milhões de jogadores/criadores.

Ou seja, num futuro próximo, os criadores de conteúdo continuarão a divulgar seus negócios, produtos e conteúdos através das redes sociais. Mas não dependerão mais dela para se manterem ativos e gerando receita.