Afinal, o que é bolha? A palavra que não sai da boca dos brothers do BBB tem a ver com marketing de influência sim, e eu posso provar.

Acabou de sair um artigo no LinkedIn da Dagaz Influencer onde a gente fala sobre os impactos do Big Brother Brasil no mercado de creators.

O fato é que o programa rende muito assunto e um artigo só não é suficiente para expor todas as impressões.

Se você acompanha o programa já deve ter ouvido, no mínimo, uma dúzia de vezes a expressão “na minha bolha”.

Mas, afinal, o que é essa tal bolha?

Ela está intimamente ligada ao comportamento humano. É natural que as pessoas se agrupem com outras pessoas com as quais possuem similaridades, que pensam de forma parecida. E isso impacta até mesmo no nosso consumo de conteúdo na Internet.

Se você é uma pessoa declaradamente de esquerda, vai consumir conteúdos de esquerda e, consequentemente, não vai receber informações sobre grupos de direita. Logo, também reflete no fato de que você não vai reproduzir ações comportamentais de um indivíduo de direita.

Se eu sou um homem gay, e consumo conteúdos da cultura LGBTQIAP+, haverá memes “heteros”, que eu possivelmente não vou entender, porque não fazem parte da minha “bolha”.

No BBB, nós vimos o participante Rodrigo falar para o Vinny que tinha amigos “do tipo” dele. Lembrando que Vinny é um homem gay e Rodrigo, hétero.

Traduzindo o diálogo entre os brothers, Rodrigo insinua para Vinny que, por ter amigos gays, em tese, se sentia parte da bolha LGBT, e não entendia porque não sentia reciprocidade, “aceitação”, de Vinny com ele.

Mas, convenhamos, ter amigos gays não faz de ninguém menos homofóbico, certo?

Acompanhando o programa, vimos Rodrigo perpetuar discursos transfóbicos e usar novamente a palavra bolha para se justificar.

“Na minha bolha falamos traveco”, ao pedir orientação para a sister Lina sobre a forma correta de se referir a mulheres trans e travestis.

Estourando a bolha

O que muitos criadores de conteúdo pretendem, quando entram para o Big Brother Brasil, é justamente sair das suas bolhas, dialogar com outros públicos e se inserirem em outros contextos.

No artigo da Dagaz Influencer, nós falamos sobre o quão positivo “sair da bolha” pode ser para as carreiras dos creators, uma vez que o programa é um amplificador de vozes e ajuda no ganho de autoridade.

Eu já falei algumas vezes sobre cancelamento, e vou destinar um espaço especial para debater o assunto, mas o que posso ressaltar é que, muitas vezes, ao sair da bolha, podemos tropeçar.

Os criadores de conteúdo têm um longo caminho de aprendizado para percorrer, se desejarem se tornar polifônicos.

E um outro lado também pode ficar em evidência: o apagamento de bolhas.

Isso acontece quando um criador de conteúdo não se relaciona com pessoas diversas, não tem contato com outras pautas, e não visualiza nem dialoga com outros espaços.

Fica aqui ainda, uma provocação para as marcas, que precisam cada vez mais dar abertura para a diversidade em suas campanhas, se quiserem se aproximar de fato dos seus públicos, e elevar o seu nível de brand awereness.