Estereótipos de gênero impactam negativamente na ascensão profissional das mulheres.

Recentemente, fiz uma publicação no meu perfil do Instagram, trazendo dados impactantes, coletados da pesquisa qualitativa do Google by C. Space,e publicada pelo Think Whit Google, sobre o papel das mulheres em cargos de liderança.

Trazendo à tona uma concepção que já é ultrapassada e precisa ser revista urgentemente: a figura de liderança tem gênero, e é masculina.

A pesquisa revela que, para 95% dos homens e 85% das mulheres, suas carreiras são inspiradas por líderes homens.

No Brasil

Por exemplo, menos de 40% dos cargos de chefia estão nas mãos de mulheres, o que justifica o espelhamento em figuras masculinas, mas não somente.

Durante a pandemia, por exemplo, dos 12 milhões de brasileiros que perderam espaço no mercado de trabalho, 7 milhões são mulheres.

Boa parte das mulheres enfrentaram o desemprego em razão do que chamamos de trabalho não remunerado.

Quando as creches e escolas fecharam, e o acesso aos familiares, que poderiam dar suporte no cuidado com os filhos, foi limitado, as mulheres, que realizam três vezes mais atividades domésticas que os homens, precisaram assumir integralmente o cuidado com suas crianças.

Essa dupla jornada também impacta diretamente no desempenho profissional das mulheres ativas no mercado de trabalho, afastando-as da ascensão profissional.

E não para por aí:

Com salários 13% menores que o dos homens que ocupam os mesmos cargos, e assumindo 96% das compras do lar – num cenário onde elas gerenciam apenas 37% dos lares brasileiros – as mulheres trabalhadoras têm menos recursos para investir em capacitação.

Uma pesquisa realizada pelo Google, com mais de 2,7 milhões de vídeos, demonstra que as mulheres, durante a pandemia, investiram em recursos e tecnologias para facilitar a rotina doméstica, como lava-louças e robôs aspiradores.

O que podemos fazer a respeito?

Pode parecer um desafio imenso, mas as respostas são óbvias: precisamos rever o espaço das mulheres no mercado de trabalho e de consumo, de modo geral.

Para as agências de marketing e publicidade, fica a missão de rever o protagonismo das mulheres nas campanhas, visto que a figura feminina protagoniza apenas 40% delas.

Precisamos pensar em amplificar os discursos das mulheres! Direcionar esforços para plataformas que impulsionam empresas fundadas e cofundadas por mulheres e repensar produtos e serviços estereotipados.

O Estudo Global Sobre Representação de Gênero, que analisou os vídeos em questão, revelou que a publicidade ainda enxerga a mulher como interessada em temas como bens de consumo não duráveis, saúde e varejo.

Enquanto que os homens seriam os maiores stakeholders de empresas do setor automotivo, educação e governança e comércio e indústria.