Transparência, coerência e responsabilidade: onde não errar na hora da #publi

As marcas e seguidores esperam que os criadores de conteúdo encontrem o equilíbrio entre engajar as publicidades e se conectar verdadeiramente com o público

Há certos rumores que circundam a internet, afirmando que sinalizar as publicações pagas derruba o engajamento.

E isso me faz lembrar de uma fala muito interessante que ouvi da Ana Lima, sócia da Albuquerque Content, em seus stories. A especialista bateu firme certa vez sobre criadores de conteúdo que querem viver de #publi.

Não que seja errado pagar as contas fazendo publicidade para as marcas. Mas o que derruba o engajamento é, de fato, sinalizar a publicação paga?

Ou é o fato de o creator só postar publicidade atrás de publicidade, sem se preocupar com a curadoria do seu conteúdo, sem se preocupar em enxergar a profissão como um negócio, ver seu perfil como empresa e se profissionalizar cada vez mais no ramo?

Enfim

Nós já falamos sobre o que o público deseja consumir quando está conectado. E é claro que o seguidor fica feliz quando vê que seu creator favorito fechou uma parceria paga. Mas ele também quer um infoentretenimento genuíno.

O seguidor quer se sentir próximo do criador de conteúdo e as marcas, por sua vez, precisam que os criadores tenham essa conexão com o público, para avaliar se vale a pena fechar uma parceria com essa ou aquela conta.

No mundo do marketing de influência, uma mão lava a outra. Não dá pra sorrir para um lado e do outro querer apenas engajamento, sem oferecer algo bom e novo em troca.

E, no fim das contas, independentemente das causas da queda de engajamento, sinalizar como publicidade um conteúdo pago não é opcional, é lei.

O criador de conteúdo que tentar escapar à regra pode infringir o Código de Defesa do Consumidor, acarretando prejuízos para si e para a marca parceira.

Há pesquisas e relatórios que já atestaram o poder de influência dos criadores de conteúdo, como neste texto da Creator Connect, que coloca youtubers como a 3ª maior potência, quando o assunto é influenciar a decisão de compra das pessoas.

E já que tocamos no universo da transparência e responsabilidade no influencer marketing, que tal levantarmos mais uma questão? A da coerência.

Mas, ser coerente com o quê?

Já ficou claro que, tanto para as marcas quanto para o público, criar conexões genuínas com os seguidores é fundamental e determinante para o sucesso do creator, certo?

E já ficou entendido também que as marcas não apenas querem, como precisam se relacionar com criadores de conteúdo que representem os valores que as marcas acreditam, não é?

O público acredita nos criadores de conteúdo porque eles representam pessoas comuns.

Os criadores não são atores, que interpretam papéis nas redes sociais e vivem vidas completamente distintas das que “vendem” na internet.

Precisamos falar mais sobre creators e suas marcas parceiras, que vendem produtos e resultados milagrosos, mas escondem o verdadeiro processo para atingir tais resultados.

Será que a regulamentação da publicidade com influenciadores precisa ir além?

Muitos países já exigem que a publicidade deixe claro quais tratamentos e filtros a fotografia recebeu, quando se trata de posts pagos.

Será necessário que os órgãos passem a exigir também que os creators sinalizem quantos centímetros de cabelo é mega hair e quanto é crescimento natural, na hora de fazer aquela #publi de goma para cabelo?

Ninguém quer nem precisa ser exposto dessa forma. É por isso que fazemos esse apelo à coerência.