Dagaz Influencer levanta dados e depoimentos sobre a experiência de mulheres nas redes sociais. É fácil ser mulher na internet?

O Dia Internacional da Mulher está aí, e as marcas já começaram a movimentar as suas campanhas para a data, em parceria com criadoras de conteúdo de várias plataformas.

Pensando nisso, a Dagaz Influencer decidiu abordar questões que envolvem a experiência das mulheres nas redes sociais, uma vez que desejamos ser amplificadores de vozes sub-representadas.

A luta das mulheres por espaço e direitos perpassa as trajetórias de muitas criadoras de conteúdo. E é importante lembrar que elas correspondem a 84% deste mercado, segundo a Klear.

Tanto as criadoras de conteúdo, como as demais usuárias de redes sociais, vem sofrendo com o aumento de assédio sexual virtual.

Uma pesquisa…

Feita pelo Instituto Avon, divulgado pelo Canal AzMina, revela que as denúncias de assédio sexual na internet passaram de 28 para 38% durante a pandemia.

Num contexto geral, o debate acerca do assédio virtual cresceu 26 MIL%, entre 2017 e 2020. Contudo, a pesquisa revela que a maioria dos debates acaba antes que se atinja profundidade sobre o tema.

O assédio sexual virtual também chegou ao Metaverso, com a infeliz possibilidade de usuários “apalparem” mulheres em jogos online, por exemplo.

O vídeo ainda relembra um exposed, feito pela criadora de conteúdo Vih Tube, em que a jovem compartilhou dezenas de mensagens contendo assédio sexual direcionados à ela, acompanhado do alarmante dado de que apenas 3% das vitimas de assédio tem forças para denunciar.

Outra pesquisa…

Encabeçada e divulgada pela Revista AzMina, em parceria com o Internet Lab, Núcleo Jornalismo, Volt Dada Lab e INCT.DD, e financiada por órgãos internacionais, traz dados sobre a violência racial e de gênero contra jornalistas na internet.

As ofensas, de cunho machista e misógino, contendo ofensas pessoais, intelectuais, ameaças à integridade física e assédio sexual, são direcionadas, especialmente, a jornalistas mulheres, que se posicionam contra a desigualdade nas redes sociais.

Na reportagem publicada pelo AzMina, a jornalista Gabi Coelho frisa o dilema de buscar apoio das redes sociais, uma vez que estas são também reprodutoras do racismo estrutural, assunto já pautado pela Dagaz Influencer, recentemente.

A pesquisa de dados aponta que apenas 19% dos conteúdos ofensivos analisados foram removidos. A grande maioria das ofensas e ameaças continuam no ar, mesmo após meses.

O Twitter, por exemplo, se justificou, afirmando que as ações contra conteúdos ofensivos são mais efetivas se as denúncias partirem das próprias vítimas.

Estes números podem ser ainda maiores, se incluídos os ataques sofridos por criadoras de conteúdo digital que pautam as igualdades racial e de gênero.

Recado para as marcas

Consultora de diversidade e creator, Bielo Pereira fez uma publicação importante em seu perfil do LinkedIn sobre marcas e suas campanhas de diversidade e inclusão.

No texto, Bielo trás 4 dicas para as marcas não errarem na hora de ativar um creator de grupos sub-representados.

Destacamos a nº 2, onde a criadora puxa a orelha das marcas quanto à pressão colocada sobre os creators em relação ao retorno sobre investimento.

Bielo deixa claro que o ROI de uma campanha rodada com um creator padrão jamais pode ser usado como paralelo entre campanhas com creators negros, gordos, CPD e/ou LGBTQIA+.

“Não justifique querer pagar um valor abaixo do mercado justificando número de audiência e engajamento”, reforça.

E aí, marcas, preparades para ajudar a construir um mundo melhor para as mulheres, também, na

internet?