Redes sociais se movimentam contra fake news em ano eleitoral. No Brasil, metade dos jovens de 16 a 24 anos se informam sobre política através da internet.

A Revista AzMina realizou uma pesquisa com meninas da Gen Z sobre Feminismo, a fim de demonstrar como essas garotas entendem e se relacionam com a pauta.

O resultado apontou que a filósofa Viola Davis e a cantora Anitta eram vistas como ícones feministas para elas.

Ao publicar a pesquisa em suas redes sociais, uma avalanche de comentários contrários, majoritariamente vindos de mulheres Millennials, criticavam o resultado. Os apontamentos feitos por elas consideravam impossível a comparação entre as duas personalidades.

Após a polêmica, a revista se posicionou, assumindo ter se equivocado na demonstrativa da pesquisa, mas frisaram que estas eram as impressões das meninas Gen Z ouvidas pelo AzMina, e não o da revista em si.

Mas, onde você quero chegar? Vamos lá!

A pesquisa Juventude e Democracia na América Latina, divulgada pelo Luminate, aponta que, no Brasil, 47% dos jovens entre 16 e 24 anos se politizam através da internet.

Em termos práticos, isso significa que a internet e, em especial, os formadores de opinião no meio digital, os criadores de conteúdo, têm papel importante para a politização da Geração Z.

É sabido que, nem sempre, essa influência é positiva ou embasada teoricamente.

A influenciadora Rafa Kaliman, por exemplo, recebeu diversas críticas, ao tentar traduzir os conflitos entre Rússia e Ucrânia para seus seguidores no Twitter.

Sarah Poncio confirmou à revista Exame a sua pré-candidatura à deputada estadual em 2022 e também foi criticada nas redes sociais, pelo fato de não ter se posicionado politicamente em outras ocasiões.

Por outro lado, em ano eleitoral, muitos criadores de conteúdo e influenciadores digitais vem se movimentando, fazendo campanha para estimular seus seguidores mais jovens a tirarem o título de eleitor.

Segundo o TSE, em apenas um mês, houve aumento de 45% na procura de jovens pelo primeiro título de eleitor.

Como as marcas lidam com o assunto?

O relatório do Luminate ainda aponta que os jovens acompanham a política através de publicações e comentários nas redes sociais, e acabam recebendo uma visão polarizada do assunto.

Por medo de sentirem os efeitos de estarem relacionadas a creators que podem ser/foram cancelados por seus posicionamentos políticos, diversas marcas estão optando por uma solução que não parece ser a melhor.

Um fato, que veio à tona em outubro do ano passado, mas que essa semana ressurgiu na internet, foi de o colunista Leo Dias ter divulgado trechos de contratos onde marcas proíbem criadores de conteúdo de se posicionarem politicamente.

A medida impõe que creators não se posicionem sobre o tema enquanto durar o contrato, sob pena de rescisão imediata, caso o criador de conteúdo descumpra a cláusula.

Nas redes sociais, a informação não foi bem recebida nem pelo público, nem pelos criadores de conteúdo.

Na Dagaz Influencer, nós defendemos que as marcas precisam buscar por criadores de conteúdo que estejam alinhados com os seus valores.

Da mesma forma, a orientação é de que os creators se associem à marcas que defendam as mesmas pautas ou, que, minimamente, entendam o direito individual de liberdade de expressão.

Censurar o direito de um criador de conteúdo de se posicionar a respeito daquilo que ele acredita não é saudável em nenhum aspecto, para o relacionamento marca-criador.

Lembrando que declaração e posicionamento não são a mesma coisa. Logo, um criador de conteúdo que tem um posicionamento e lifestyle bem definidos, não precisa dar uma declaração a cada  nova polêmica que surge na política e/ou na internet, hein?!

Redes sociais se movimentam contra fake news em ano eleitoral

Se, de um lado, existem opiniões negativas contra o fato de os jovens se informarem sobre o assunto através do mundo digital, de outro, as plataformas estão investindo em segurança da informação.

O Pinterest já havia anunciado que está desenvolvendo mecanismos para combater a desinformação e as fake news sobre política na plataforma.

Depois do bloqueio temporário do Telegram no Brasil, pelo STF, diversas plataformas anunciaram que vão remover conteúdos que contenham desinformação sobre política. Entre eles, YouTube, redes sociais do Meta e o TikTok.

E o Twitter?

Especialistas do mundo todo têm visto com desconfiança o interesse do homem mais rico do mundo, Elon Musk, em adquirir o Twitter.

Segundo os apontamentos, o que o multi bilionário pretende é defender o liberalismo e não a liberdade de expressão.

Isso se demonstra pelo fato de Musk pretender que as decisões tomadas sejam decididas sem a participação de um conselho de acionistas.

Mas, o que isso tem de errado? Simples! Segundo a advogada especialista em direitos do consumidor, Flávia Lefrève Guimarães, a posição de Musk vai contra a regulamentação do Estado sobre conteúdos, além de existir domínio de pensamento por parte dos mais privilegiados politicamente.

Vale a pena observar os desdobramentos desse caso, sobre uma das redes sociais que mais se destaca quanto aos debates políticos, e que pode impactar ainda mais nas desigualdades políticas e econômicas, que já nos assombram.