Recebido e permuta são a mesma coisa? A marca precisa estar ciente que o envio de recebidos tem por objetivo a construção de relacionamentos e apresentação da marca.

Fazendo nossas pesquisas, nos deparamos com um texto do então mestrando em Design da Comunicação, Marcus Pessoa, lá de 2013.

O pesquisador define permuta e recebido, basicamente, como pertencentes a um único reino: a marca envia o “recebido” e, caso seja acordado previamente, em “permuta”, o criador de conteúdo faz uma resenha sobre o produto em sua rede social, ou blog, que era a mídia mais popular da época.

Será que esses conceitos mudaram ao longo dessa quase uma década? Como se dá, no contexto atual, esse relacionamento entre criadores de conteúdo e as marcas? Há obrigações, nesse sentido? Vem entender tudo com a gente!

Recebido

Vamos aos fatos: o recebido é um presente que a marca envia para o criador de conteúdo, a fim de criar relacionamento e apresentar seu produto.

O criador de conteúdo não tem obrigação legal alguma de “trocar” o seu trabalho por um presente. Não se pode esperar que o criador fale sobre sua marca/produto só porque você enviou um mimo.

Se acontecer de o criador de conteúdo gostar do seu produto e da forma como vocês se relacionaram, ele pode sim, sentir a vontade de compartilhar mais com a audiência.

Se ele não gostar, é profissional da parte do criador, se comunicar com a marca e deixar claros os motivos pelos quais ele não gostaria de falar sobre a marca/produto em questão.

Mas isso não é motivo para a marca excluir o criador da sua lista para futuras ações, ok? Não pode levar pro coração, gente!

Essa é uma oportunidade para a marca ouvir um feedback sincero, de um criador de conteúdo, que tem autoridade para falar sobre o assunto. Até porque, foi por o criador ser referência no nicho, que sua marca quis se relacionar com ele, não é verdade?

Permuta

A permuta parece um recebido mas não é. Na permuta, há um acordo sobre as partes, realizado previamente ao envio dos produtos, onde são decididas as ações que o criador de conteúdo vai executar após testar o que lhe enviaram.

Essa “remuneração” por troca de divulgação tem um custo para o criador de conteúdo: seu tempo, criatividade, conhecimentos técnicos, a sua imagem!!!

E aqui, estamos falando de um cenário onde todo o processo, antes de culminar numa parceria, já foi estudado: há alinhamento entre os valores da marca e do criador? Há interesse do público do criador no seu produto?

Esse criador de conteúdo pode te ajudar com os seus objetivos? Quais são os seus objetivos? Awareness? Conversão?

E o principal: esse criador de conteúdo está de acordo em abrir mão de ser remunerado em dinheiro, para receber em produtos? Lembrando que o creator é um trabalhador, como qualquer outro, ele também tem boletos para pagar, hein?

Mas qual a real diferença?

Simples: no esquema de permuta, o produto ou serviço enviado pela marca substitui ao todo ou em parte o pagamento pelo job.

Uma maneira prática de executar é enviar ao criador de conteúdo produtos e/ou serviços que possuam um valor equivalente ao que ele cobraria por um conteúdo.

Se você quer que o criador de conteúdo apresente seu produto nos stories, envie algo que seja compatível com o valor que ele cobra normalmente por isso.

Já o recebido, como dissemos, é um presente. A marca precisa estar ciente que o envio não tem como preceito a divulgação. Mas sim a construção de relacionamentos e apresentação da marca.

Através dos recebidos, as marcas e criadores podem descobrir se o relacionamento tem futuro, porque tudo depende de como a marca vai se portar ao receber o feedback do criador, tendo ele gostado ou não do produto, postando ou não sobre ele.