Seguidores podem se tornar sócios do seu negócio?

Durante o Conversas Dagazes, evento mensal promovido pela Dagaz Influencer para seus criadores de conteúdo, Ricardo Wendel fala sobre o futuro da Creator Economy

Você já ouviu falar sobre crowdfunding 2.0?

É uma modalidade de financiamento coletivo, através de plataformas de investimento mobiliário. Ajuda criadores de conteúdo (e artistas) e seus fãs a compartilharem os resultados do sucesso dos creators.

Além disso, o objetivo central desse estilo de plataforma é democratizar o acesso ao capital. Dessa forma, os investidores podem se tornar co-proprietários dos canais de youtubers por valores mínimos, a partir de 10 reais, por exemplo.

Ricardo Wendel, sócio-fundador da plataforma brasileira de investimentos relembra que o papel do consumidor de conteúdo há mais de duas décadas era exclusivamente passiva.

“O espectador recebia goela abaixo o conteúdo”.

Já com o advento da internet, o consumidor de conteúdo se converte no que Wendel chama de “explorador”.

Na internet, o público encontrou a possibilidade de escolher qual conteúdo consumir, em qual plataforma e de qual criador de conteúdo ou veículo de informação.

O público se tornou explorador do espaço digital, em busca do que de fato lhe acrescenta, em qualquer aspecto.

Agora, falando do conteúdo em si e seus criadores, eles deixaram de partir exclusivamente de grandes corporações midiáticas, passando a ser produzidos também por indivíduos.

Além disso, com o surgimento das plataformas de streaming, estas impulsionam os exploradores, transformando-os em suporters. Ou seja, a base de apoio para seus criadores de conteúdo.

No contexto da Creator Economy, o desafio está em transformar os exploradores, agora supporters, em crowdfunders, numa espécie de financiamento coletivo dos projetos dos criadores de conteúdo.

Estes, por sua vez, têm os suportes como sócios de seus negócios, e dividem com estes associados parte de seu faturamento.

A expectativa de Wendel para sua startup é de que cada criador de conteúdo possa movimentar 5 milhões de reais através do aplicativo, num cenário onde a Creator Economy já movimenta cerca de U$ 10 bi.

“É a oportunidade de devolver para a base o sucesso da sua empreitada. Não é doação, é sociedade”, afirmou Ricardo Wendel durante o “Conversas Dagazes – O Futuro da Creator Economy”, realizado remotamente no último dia 9.

Como negócios como esses podem ser atraentes para as marcas?

Você deve estar se perguntando se um criador de conteúdo que passa a ser financiado pelos seus hiper-fãs ainda precisa manter contratos com as marcas.

A questão vai além de “precisar”. Sabemos que a parceria creators-marcas gera endosso para ambos os lados. Por isso, acreditamos que esse relacionamento não será afetado pela nova era da Creator Economy.

Pelo contrário, a Dagaz acredita que esse novo momento vem para impulsionar ainda mais as parcerias.

Imagine o seguinte cenário: um criador de conteúdo com X mil seguidores engajados é muito atrativo para as marcas.

Agora, um criador de conteúdo com X mil seguidores engajados, onde cerca de 10% do seu público é super engajado, a ponto de pagar para ter acesso aos seus conteúdos?!

É um novo degrau na escala de engajamento e, consequentemente, no poder de conversão que um criador tem de transformar seguidores em clientes das marcas com as quais tem parceria.

Na prática, como funciona essa partilha de receita?

É bem simples: o criador de conteúdo ou artista disponibiliza uma parte do seu produto para ser vendido aos seus hiper-fãs/supporters/crowdfunders através da plataforma de financiamento coletivo.

Os hiper-fãs adquirem uma parcela por um valor mínimo e os rendimentos da porcentagem daquele produto que foi disponibilizado pelo criador são repartidos entre os sócios-seguidores.

Se olharmos para o cenário atual da economia criativa, o Instagram sai na frente como rede social em que os criadores de conteúdo mais fecham jobs com as marcas.

A Twitch não chega nem no Top 5, mas a plataforma é uma das que mais gera receita para seus criadores de conteúdo. Uma vez que já permite que o público pague diretamente ao criador para ter acesso aos conteúdos.

E mais uma vez vale a pena pensar no dilema da criação de conteúdo: estou criando conteúdo de qualidade para monetizar minha profissão, ou estou me esforçando para me destacar no algoritmo e enriquecer as plataformas?

A pesquisa “Creators e Negócios – Um retrato da Creator Economy no Brasil, encabeçada pela YOUPIX e Brunch fez um comparativo entre o cenário econômico de 2019 a 2021 e respondeu muitas dessas indagações.

Quer saber mais sobre a Creator Economy? Vem dar uma conferida nesse outro texto sobre o tema.